quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Palavra plantada

Assentamento Califórnia, em Açailândia, Maranhão
Por Marcos Guinoza

Acampados ao lado da rodovia Belém-Brasília, conhecida como BR-010, o lavrador Francisco Pereira da Silva e seus companheiros resolveram, no dia 25 de março de 1996, tomar posse da Fazenda Califórnia, localizada entre os municípios de Açailândia e Imperatriz, na região sudoeste do Maranhão. O grupo era formado por 200 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). No momento da ocupação, a situação ficou tensa. Havia boatos de que 80 pistoleiros estavam de prontidão para expulsar à bala quem invadisse a fazenda. "Nos primeiros dias, o nervosismo foi grande. Tive muito medo", conta a lavradora Vilani de Moura Gomes. Mas para sorte de Vilani, de Francisco e dos outros trabalhadores rurais, não havia pistoleiro nenhum. E o dono da fazenda já tinha a intenção de negociar os 7 mil hectares de terra onde criava gado. Foi assim que, um ano depois da ocupação, o Assentamento Califórnia foi regularizado.

De posse da terra, os lavradores trataram de arregaçar as mangas, pegar na enxada e fazer o que mais sabem: "afagar a terra", como cantam Chico Buarque e Milton Nascimento na canção Cio da Terra. Atualmente, os assentados - cerca de 1.300 pessoas - vivem da plantação de arroz, mandioca, milho, feijão e hortaliças; criam um pequeno rebanho de gado leiteiro; e produzem mel. "Foi com muita luta que a gente chegou até aqui", revela Vilani. E uma das lutas que mais marcou a história do assentamento aconteceu em 8 de março de 2008, no Dia Internacional da Mulher. 


Foi naquele sábado que as mulheres da comunidade realizaram um barulhento protesto contra a poluição provocada pelas carvoarias da região, queimando toras de eucalipto e interditando a BR-010. A manifestação foi noticiada com alarde pela imprensa nacional. Ao lado do assentamento, a Vale produzia carvão vegetal. E a fumaça expelida pelos fornos, de acordo com os assentados, estava causando danos à saúde das pessoas. "Por causa disso, nós não tínhamos uma relação muito agradável com a Vale", explica Francisco Andrade, um dos líderes do assentamento. "Depois do quebra, a situação melhorou bastante", completa Vilani.

A Vale deixou a região. E a Suzano Papel e Celulose chegou por lá com a difícil missão de apaziguar os ânimos e vencer a desconfiança dos lavradores. 

Por meio do Instituto Ecofuturo, foi iniciada uma longa negociação de 11 meses para a implantação de uma biblioteca no assentamento - o primeiro projeto de aproximação entre a Suzano e a comunidade. "No começo, havia certa rejeição. A gente ficou com receio de estar vendendo a nossa dignidade. Mas a gente também não podia ter o orgulho de simplesmente negar o projeto da biblioteca. Dessa forma, fizemos um trabalho de convencimento junto às pessoas", conta Francisco Andrade. 

Embora ainda haja preconceito em relação ao MST, como reconhece Andrade, a ideia de que o movimento é formado por arruaceiros é desfeita assim que se conhece um assentamento por dentro. "Somos muito organizados e exigentes. E, se precisar, vamos à luta mesmo", avisa Vilani. Andrade segue: "Nossa comunidade é bastante crítica e consciente do papel da educação. Foi uma trajetória difícil. Mas a Suzano e o Ecofuturo se empenharam muito para esse projeto vingar". 

Ler é preciso 
Fundado em 1999, o Instituto Ecofuturo é uma organização não governamental mantida pela Suzano. Desenvolve projetos que aliam educação e sustentabilidade, como os programas Ler é Preciso, que incentiva o hábito da leitura e da escrita, e Investimento Reciclável, que oferece apoio a cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis. A biblioteca instalada no Assentamento Califórnia integra o programa Ler é Preciso que, em dez anos, já inaugurou 88 bibliotecas em 11 Estados brasileiros, em uma ação conjunta entre o poder público, as comunidades envolvidas e a iniciativa privada.

"Quanto mais entrelaçarmos as forças no compartilhamento de ideias e experiências práticas, mais contribuiremos para a consolidação de uma política pública de leitura efetiva no Brasil, essencial para o desenvolvimento das competências de ler e escrever, base para o acesso ao conhecimento e à cidadania. A proposta do Ecofuturo é trabalhar junto. Ao implantar bibliotecas em escolas, pretendemos contribuir com as prefeituras para assegurar a exequibilidade da Lei Federal 12.244, de 2010, que determina que todas as escolas do País devem ter bibliotecas até 2020", explica Christine Fontelles, diretora de Educação e Cultura do Instituto. Segundo ela, é vital oferecer literatura às pessoas desde a infância, e um profundo desserviço à vida continuar batendo na tecla de que o brasileiro não gosta de ler. "O que a gente não tem é a cultura da leitura", enfatiza. 

A biblioteca foi instalada na Escola Municipal Antônio de Assis, em um espaço construído pela prefeitura de Açailândia. Mas não basta ter uma sala de leitura. É preciso motivar a comunidade a ler e profissionalizar o atendimento. Por isso, o Ecofuturo promoveu cursos de auxiliar de biblioteca e de promotor de leitura para 30 integrantes do assentamento, incluindo professores. Duas dessas pessoas foram contratadas pela Secretaria Municipal de Educação para trabalhar na biblioteca. "Foi exigência nossa que esses profissionais fossem do quadro da escola e, de preferência, que morassem na comunidade", salienta Andrade. O instituto também ministrou uma oficina de gestão pública aos representantes da prefeitura e às lideranças da comunidade, explicando os mecanismos existentes que possibilitam a solicitação de recursos federais para garantir o funcionamento permanente da biblioteca.

Os livros foram selecionados pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ) e doados pelo Instituto Ecofuturo. São mil títulos de literatura dos mais diversos gêneros. Todos novos. "Só a presença física dos livros não adianta. Para atrair as crianças, os livros precisam ser bacanas, bonitos, novos. A parte estética é muito importante", ensina Fontelles.

Do total de obras, 30% foram escolhidos pela comunidade. "Discutimos bastante e tentamos contemplar um pouco da nossa identidade. Nossa escola é uma escola camponesa, com caráter de movimento social. Assim, escolhemos livros sobre educação no campo, agricultura, agroecologia e clássicos de autores com pensamento mais socialista, como O Capital, de Marx", explica Andrade, acrescentando que no assentamento o índice de analfabetismo não chega a 3%, bem abaixo da média nacional. No Brasil, o percentual de indivíduos acima de 15 anos que são analfabetos é de 9,6%, segundo dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), órgão da ONU.

O valor do livro
O Assentamento Califórnia está situado a 14 km da área urbana de Açailândia, onde ficava a biblioteca mais próxima. Essa distância, conta Andrade, era o principal entrave para o contato das pessoas com a literatura. Coordenador pedagógico da escola da comunidade, formado em pedagogia da terra pela Universidade Federal do Pará e militante ativo do MST, Francisco Andrade foi o mestre de cerimônia da inauguração da biblioteca.

Sob o calor típico do sudoeste do Maranhão, com temperatura próxima dos 40 °C, a inauguração reuniu os moradores no pátio da escola, com direito a banda de música e declamação de poesia, e contou com a presença de representantes do poder público local. Foi uma grande festa, onde os assentados comemoravam com alegria a conquista da biblioteca.

Sobre o chão de terra, um pano foi estendido. E sobre o pano, alguns livros expostos. As crianças, as mais entusiasmadas com a celebração, logo se apropriaram das obras, tateando, folheando, descobrindo novos mundos em questão de segundos. "É comum, nesses lugares que temos ido, encontrar um acolhimento, uma percepção do valor do livro", explica Christine Fontelles. E nada melhor que a realização de uma festa para mostrar às crianças o quanto a leitura é importante para a sua formação, fazê-las compreender que biblioteca não é nenhum bicho-papão. "É preocupante que ainda não haja no Brasil um pensamento enraizado de que a leitura é a base para qualquer conhecimento", lamenta Fontelles.

E para quem ainda tem alguma dúvida da essencialidade de uma biblioteca bem equipada no espaço escolar, um estudo do Ecofuturo, coordenado pelo pesquisador Ricardo Paes de Barros, revelou que o programa Ler é Preciso potencializou em 156% o progresso natural da taxa de aprovação escolar e diminuiu em 46% a taxa de abandono em escolas próximas às bibliotecas implantadas pelo programa. A ideia da comunidade é ampliar ainda mais o acesso com a iniciativa Arca das Letras, realizando rodas de leitura fora do espaço da biblioteca com o intuito de facilitar o convívio dos lavradores com os livros.

No ano em que completa 15 anos de ocupação, o Assentamento Califórnia ganhou a sua primeira biblioteca. E os moradores do local escolheram batizá-la com o nome de um dos fundadores da comunidade: Francisco Pereira da Silva, o lavrador que, ao lado dos seus companheiros, tomou posse daquelas terras mesmo sob o risco de ser recebido com balas de espingarda. A viúva do lavrador, Maria do Socorro Laurinda Silva, 77, não escondeu a emoção com a homenagem. "Tô me sentindo feliz. Ele deixou o rastro dele aqui, nesta terra que ele tanto sofreu para conquistar." Francisco Andrade finaliza: "É justo a gente ter uma escola de qualidade. É justo a gente ter uma biblioteca com acervo rico. É justo você ter um livro para o seu filho ler".

Sim, da mesma forma que é justo que a terra que um dia pertenceu a um único dono hoje seja responsável pela sobrevivência digna de dezenas de famílias. Se "ler é preciso", como bem ressalta o programa do Instituto Ecofuturo, "Fecundar o chão/e se fartar de pão" também é.

Texto publicado originalmente na revista Brasileiros (Edição 50)

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Campanha Livro Solidário leva conhecimento a comunidades

A professora Andréa Cavalcante, que este ano, durante a Feira do Livro, doou cerca de 400 livros para a Campanha "Livro Solidário", lançada pelo governo do Estado, por meio da Imprensa Oficial.

FOTO: EUNICE PINTO/ AG. PARÁ

Livros arrecadados durante a 2ª edição da campanha "Livro Solidário", lançada pelo governo do Estado, por meio da Imprensa Oficial.
FOTO: ALESSANDRA SERRÃO/AG. PARÁ
Por Manuela Viana - Secom

Mais de 1.550 livros doados e a certeza de estar colaborando para a disseminação de conhecimento por meio do prazer da leitura. Para a professora Andrea Cavalcante, responsável pela expressiva doação, essa é uma missão nobre, que deveria ser imitada. O gesto coincide com a campanha Livro Solidário, que a Imprensa Oficial do Estado (IOE) levou este ano para a 15ª Feira Pan-Amazônica do Livro, com o impressionante resultado de dez mil títulos arrecadados.

Por que doar um livro? “Para compartilhar o prazer da leitura com as pessoas e fazer com que o livro funcione como uma ponte entre o saber que ele contém e os leitores. Para dar possibilidades de leitura a outras pessoas que muitas vezes não têm acesso aos livros e contribuir para que essas pessoas possam descobrir novos mundos, viajar para outros espaços e outros tempos e ter outras experiências”, explica a professora.

A ideia de compartilhar os livros surgiu a partir de uma reflexão. “Ter (um livro) por ter não proporciona grandes prazeres, pois o livro parado, depois de lido, deixa de cumprir o seu papel, que é o de ilustrar a vida de uma pessoa”, conclui ela, que começou, inicialmente, presenteando amigos e pessoas próximas que não tinham fácil acesso à leitura. Em seguida, Andrea resolveu empilhar vários livros no corredor da sala de sua casa e presentear as pessoas que a visitavam. O próprio visitante escolhia o título que levaria.

“Ver a satisfação das pessoas ao serem presenteadas era muito gratificante. Além disso, era também uma forma de contribuir para o saber. Resolvi então juntar vários livros e fazer uma grande doação para o Curro Velho”, conta. O prazer em compartilhar conhecimento, contudo, não parou por aí. A segunda doação foi feita para a escola de seu filho. Desde os guardas da escola até os alunos foram contemplados.

Este ano, durante a Feira do Livro, Andrea Cavalcante se deparou com a campanha Livro Solidário e logo quis participar. Lá se foram mais 400 livros. “Descobri que o prazer de ler não termina com a leitura, na verdade, recomeça quando outra pessoa também tem acesso àquela leitura e, assim, o livro cria pontes entre o saber e o homem. Por isso achei o máximo e abracei a campanha”, relata.

Conhecimento – A campanha Livro Solidário começou em 2004, idealizada pela primeira-dama do Estado, Ana Jatene, que acredita que a responsabilidade social e a possibilidade de dar acesso ao conhecimento, com a parceria da própria comunidade, é um compromisso não apenas do governo, mas de toda a sociedade. Na época, a campanha era coordenada pelo Programa de Articulação pela Cidadania.

Agora, na sua segunda edição, a meta é ampliar a campanha, com a criação de “espaços de leitura”, que ficarão em comunidades selecionadas pela equipe que coordena os trabalhos na IOE. A ideia é que, quando estruturados, os locais de leitura sejam entregues para uma comissão de moradores da própria comunidade, que ficará encarregada em administrar os espaços.

“Estamos buscando o apoio de associações de bairros e organizações não-governamentais (ONGs) para montarmos esses locais. Esperamos que até o primeiro semestre do ano que vem já tenhamos alguns espaços funcionando”, diz a diretora do Diário Oficial do Estado, Carmem Palheta, que está à frente da campanha juntamente com a Casa Civil da Governadoria.

O primeiro “espaço de leitura” ficará em Benevides, região metropolitana de Belém, na unidade da Fasepa. A Secretaria de Obra Públicas do Estado (Seop), uma das parceiras da campanha, já criou o projeto arquitetônico do espaço, e a Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças (Sepof) destacou duas servidoras para trabalharem como bibliotecárias na campanha e fazer o processo de seleção de títulos.

A campanha tem recebido o apoio de pessoas físicas e de bibliotecas, como a do distrito de Icoaraci, de onde veio uma doação de cerca de quatro mil livros, títulos que estavam repetidos no espaço. “Já alcançamos essa quantidade de livros sem nenhuma campanha forte de publicidade, mas as pessoas estão bem sensíveis à causa. Ainda estamos sentindo o efeito da feira do livro, onde divulgamos intensamente, inclusive em escolas, na mesma época”, avalia Carmem Palheta.

Toda doação é aceita. Livros didáticos, de literatura brasileira e mundial podem ir para a campanha. As doações podem ser feitas na sede da IOE, na travessa do Chaco, bairro do Marco. Para mais informações, é só acessar o site www.ioe.pa.gov.br ou telefonar para (91) 4009-7800. A campanha não tem data para acabar.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Parceria com Ophir Loyola deverá revitalizar espaços de leitura

 
 
Equipe da IOE durante visita ao Hospital Ophir Loyola (HOL)
Sala de recreação da pediatria do HOL

Mais uma parceria começou a ser alinhavada com vistas a fortalecer a campanha Livro Solidário, coordenada pela Imprensa Oficial do Estado, com apoio da primeira-dama do Estado, Ana Jatene. Na manhã desta terça-feira (18), a coordenação da campanha, composta pela diretora do Diário Oficial do Estado, Carmen Palheta e a socióloga Lucila Girão realizaram uma visita ao Hospital Ophir Loyola para conhecer os espaços de leitura existentes que deverão ser contemplados com a doação de livros.

As servidoras foram recebidas pela psicóloga Laídes Barros, que coordena o setor de Humanização do hospital. Durante a visita, a equipe conheceu o trabalho desenvolvido pela equipe de pedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos e professores que atendem às crianças internadas no Ophir Loyola por meio de atividades educativas e lúdicas.

Para Lucila Girão, a princípio, a campanha tinha como foco a criação de espaços de leitura e saber apenas em comunidades com alto índice de vulnerabilidade social. “Entretanto, foi tomando novos rumos, e algumas instituições públicas nos procuraram, a exemplo do HOL, para auxiliarmos na revitalização do acervo já existente”. Segundo ela, a demanda é que vai direcionando o trabalho para o atendimento de vários grupos sociais com realidades e necessidades diferentes.

De acordo com Laídes Barros, a parceria é muito importante porque auxilia na interação social de pessoas em processo de adoecimento, além de auxiliar no enfrentamento das dificuldades impostas pela internação. “Estamos otimistas com a campanha, pois ao investir nesse trabalho, o hospital promove uma condição mais digna durante a internação do paciente, oferecendo a possibilidade de eles ressignificarem o momento do adoecimento através do estímulo à leitura, bem como aliviar o sofrimento por meio da promoção da cultura e da vida”, explicou a coordenadora da Humanização do hospital.

Atendendo a demandas como a do hospital, a coordenação da campanha pretende incentivar mais ainda a doação de livros infanto-juvenis, didáticos e gibis que deverão ser úteis a espaços como o da ala pediátrica do Hospital Ophir Loyola, por exemplo. “Desta forma, não estaremos apenas contribuindo para melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes de bairros com maior vulnerabilidade social, mas também aqueles que estão confinados em hospitais e que precisam, também, de estímulo de todos os lados; e, no nosso ponto de vista e sob a égide da missão da Imprensa Oficial do Estado, a leitura é um desses mecanismos de inclusão social”, disse a diretora do Diário Oficial, Carmen Palheta.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Parceria entre Imprensa Oficial e Vara da Juventude amplia objetivo da Campanha Livro Solidário

Reunião ocorrida na tarde da última quarta-feira (28), na 2ª Vara da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Estado, arrematou a primeira parceria da Campanha Livro Solidário que pretende instalar Espaços de Leitura em comunidades com maior vulnerabilidade social da Região Metropolitana de Belém. O resultado foi a escolha de uma unidade da Fundação de Atendimento Sócioeducativo do Pará (Fasepa) - antiga Funcap - como primeiro local a receber a ação coordenada pela Imprensa Oficial do Estado, com apoio da primeira-dama, Ana Jatene. Além da juíza-titular daquela Vara, Odete da Silva Carvalho, participaram da reunião, representantes da Fasepa e da coordenação da campanha pela Imprensa Oficial do Estado.

Como a ação ganhou visibilidade desde o lançamento ocorrido durante a XV Feira Pan-Amazônica do Livro – já são mais de 10 mil títulos arrecadados em menos de um mês de campanha -, o alcance também se ampliou. A parceria com a Vara da Infância e Juventude e Fasepa é um exemplo disso. “Agora, nossa ideia é também instalar espaços de leitura em unidades que atendam a jovens e crianças em situação de risco e conflito com a lei; e o interesse das duas instituições vem ao encontro desse objetivo”, observa Carmen Palheta, diretora do Diário Oficial do Estado e uma das coordenadoras da campanha.

Para a juíza da na 2ª Vara da Infância e Juventude, Odete da Silva Carvalho, a iniciativa atende a um desejo que ela, pessoalmente, acalentava há muito tempo, tendo em vista a quantidade de jovens e adolescentes que vivem nas unidades da Fasepa e que, muitas vezes, ficam com tempo ocioso que precisa ser ocupado. Segundo ela, a proposta da campanha vai ao encontro de medidas sócioeducativas voltadas à educação e à cultura; ou seja, atividades que permitem com que os jovens se humanizem cada vez mais, na tentativa de superar traumas provocados por atitudes e práticas infracionais que, em algum momento a vida, fizeram parte de suas trajetórias. “Incentivar a leitura entre esse público significa dar a eles acesso a um bem que é o conhecimento e que somente por meio dele o ser humano é capaz de abrir os horizontes e melhorar as relações interpessoais”, observou a juíza.

Presente à reunião, a psicopedagoga e coordenadora de Articulação de Políticas Públicas da Fasepa, Ana Célia Melo de Araújo, ratificou que os jovens e adolescentes residentes nos espaços da Fundação necessitam de atividades que ocupem o tempo e a cabeça deles, e os livros estão entre essas demandas. Para ela, a parceria “tem tudo para dar certo”, uma vez que se estabelece, também, como ação de inclusão social. Segundo informações da assessora da 2ª VIJ, Jane Coutinho, das unidades sócioeducativas existentes na Fasepa, cinco já dispõem de espaço para implantação do projeto. São elas: Centro de Adolescentes de Semiliberdade de Icoaraci; Centro Sócioeducativo Feminino (Cesef); Complexo sócioeducativo de Benevides (primeiro que deverá receber o espaço de leitura); Centro Sócioeducativo Masculino (Cesem) e o Centro de Internação do Adolescente Masculino (Ciam).

Entre as decisões tomadas durante a reunião, esteve o envio, por parte da Fasepa, de um quadro demonstrativo que reflita qual o perfil dos jovens atendidos pela fundação. O demonstrativo ajudará na seleção dos livros e demais publicações que serão destinados àqueles locais. O primeiro Centro Sócioeducativo a ser contemplado com o espaço de leitura deverá ser o localizado no município de Benevides, a cerca de 40 quilômetros de Belém.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Campanha Livro Solidário comemora sucesso de arrecadação

Durante a Feira do Livro, foram recebidas mais de duas mil publicações 

Ascom IOE

Com menos de um mês de lançamento, a campanha Livro Solidário já é considerada um sucesso. Essa é a avaliação feita pela coordenação da campanha que contabilizou mais de dois mil livros arrecadados, somente durante a Feira Pan-Amazônica do Livro que durou dez dias. “A 2ª edição da campanha superou nossas expectativas, pois o fato de havermos agregado seu lançamento à feira fez com ela fosse crescendo e ganhando mais visibilidade”, comenta a diretora do Diário oficial e uma das coordenadoras da campanha, jornalista Carmen Palheta. Ela observa que a cobertura dada pelos veículos de comunicação de grande audiência, além de reportagens e entrevistas em sites, blogs e nas redes sociais também foram fundamentais para atingir esse patamar. 

Entre os livros doados, estão publicações didáticas, além de obras literárias infanto-juvenis, clássicos, enciclopédias, livros técnicos das áreas de saúde, informática, pedagogia, psicologia, direito, dentre outros, e periódicos diversos. Agora, a campanha dá início à segunda etapa de execução, que consiste, entre outras ações, agregar mais parcerias, com o intuito de promover a seleção, limpeza e higienização e catalogação das obras. “Concomitante a essa ação, a Imprensa Oficial do Estado continua recebendo doações na sede, enquanto vamos agregando novos parceiros que irão, aos poucos, aderindo à campanha como postos de arrecadação”, ressalta Carmen Palheta 

Origem – O Livro Solidário surgiu em 2004, quando foi coordenado pelo Programa de Articulação pela Cidadania, tendo à frente a primeira-dama, Ana Jatene. Nesta edição, a ideia é replicar o êxito alcançado que conseguiu aumentar o acervo de dez espaços de leitura na Região Metropolitana de Belém, atendendo a um número maior de comunidades com a instalação de outros espaços de leitura. Para Ana Jatene, a responsabilidade social e a possibilidade de dar acesso ao conhecimento, contando com a parceria da própria comunidade, é um compromisso não apenas do governo, mas de toda a sociedade. Daí a doação de livros ser, também, um mecanismo que estimula essa participação. 

A campanha está sendo organizada em núcleos de trabalho compostos por equipes multidisciplinares, responsáveis pelo planejamento e execução de todas as etapas do projeto, até que os livros cheguem ao destinatário - Núcleo Receptor -, ou seja, o centro social onde será implantado o Espaço de Leitura e Saber. Todas as ações serão acompanhadas pelos organizadores e coordenadores da campanha.


quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Campanha Livro Solidário já soma mais de 2 mil exemplares doados

Arrecadação de livros no estande da Imprensa / Ascom IOE

Mais de 2 mil livros já foram arrecadados pela Campanha Livro Solidário, lançada pelo governo do Estado, por meio da Imprensa Oficial, durante a XV Feira Pan-Amazônica do Livro. Para os organizadores da campanha, o número demonstra que a iniciativa conseguiu sensibilizar a população para o ato de doar livros usados, mas que ainda estão em condições de serem utilizados por pessoas que não possuem condições de acesso à leitura, em seus bairros e comunidades.

Em sua segunda edição, a campanha tem como objetivo criar centros de leitura em bairros que apresentam maior vulnerabilidade social na Região Metropolitana de Belém. “Mas a iniciativa já chamou a atenção de escolas do interior do Estado, o que nos leva a crer que a campanha deverá extrapolar os limites da Região Metropolitana”, informou a jornalista Carmen Palheta, diretora do Diário Oficial do Estado, que está à frente da campanha junto com a Casa Civil da Governadoria. 

Os irmãos e estudantes Diego e Paulo Amador foram alguns dos que passaram pela Feira e fizeram questão de participar da campanha. “Essa ação é muito importante e vai ajudar muita gente. Estes livros que estamos doando já nos ajudaram muito, e agora vão seguir o objetivo deles, que é a formação, a educação e o conhecimento para mais gente”, ressaltaram.

Conhecimento - Outra doação foi feita pela psicóloga e pedagoga Leina Ayres. Ela disse que, assim que tomou conhecimento da campanha pela televisão, foi até sua estante e começou a selecionar obras, que vão desde literatura brasileira a best sellers internacionais. “Já li todos estes livros e agora fico feliz em saber que eles poderão ser úteis, também, a muitas outras pessoas, não dá para jogar livros no lixo, pois representam conhecimento; e conhecimento não se pode jogar fora”, acentuou.
Em 2004, quando foi lançado, o “Livro Solidário” foi coordenado pelo Programa de Articulação pela Cidadania, tendo à frente a primeira-dama do Estado, Ana Jatene. Nesta edição, a ideia é ampliar o êxito alcançado, atendendo a um número maior de comunidades, com a instalação de espaços de leitura. Para Ana Jatene, a responsabilidade social e a possibilidade de dar acesso ao conhecimento, contando com a parceria da própria comunidade, é um compromisso não apenas do governo, mas de toda a sociedade. A doação de livros é, também, um mecanismo que estimula essa participação.

Após a XV Feira Pan-Amazônica do Livro, a própria sede da IOE, localizada na Travessa do Chaco, bairro do Marco, será ponto de arrecadação de livros, bem como escolas e universidades que estão se integrando à ação. O objetivo é conseguir cada vez mais parceiros para ajudar na divulgação. Até o final do ano, a coordenação pretende inaugurar o primeiro espaço de leitura na Região Metropolitana de Belém.

Ascom/IOE

domingo, 4 de setembro de 2011

Imprensa Oficial narra sua história e recebe doações de livros


Foto: Rodolfo Oliveira/Ag. Pará 


Por Thiago Melo – Secom e Raphael Freire - Secult
A história de 120 anos do Diário Oficial do Estado do Pará está exposta na Feira Pan-Amazônica do Livro, no Hangar. Um estande apresenta para os visitantes painéis que narram a formação do veículo que registra todas as resoluções do governo paraense, e apresenta livros e publicações realizados pela Imprensa Oficial do Estado do Pará (IOE). No mesmo espaço, a campanha Livro Solidário estimula a doação de livros, revistas, gibis e outras obras, que servirão de acervo para espaços de leitura em bairros da Região Metropolitana de Belém com maior vulnerabilidade social.
Além de conhecer mais a história do Diário Oficial, o público tem acesso aos fatos mais relevantes da evolução deste veículo. Um informativo com a réplica da primeira edição do Diário é entregue aos visitantes, que também podem consultar livros ou comprar algumas publicações.
Entre os livros disponíveis no estande está “Waldemar Henrique – Canções”. A obra, editada pela IOE, conta a história do compositor paraense e traz as canções mais famosas e suas partituras. Os visitantes também podem encontrar publicações da Imprensa Oficial de outros Estados, como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Um dos destaques é o livro sobre os museus mineiros.
O funcionário público aposentado Ribamar Castro, 65 anos, considera indispensável a leitura do Diário Oficial do Estado e não esconde a satisfação em ver a história do veículo exposta na Feira do Livro. “É muito importante saber quais são as medidas tomadas pelo Estado. A maioria da população não tem o costume de fazer esta leitura, mas deveria. Esse espaço na Feira do Livro é muito importante, pois vai incentivar as pessoas a conhecer mais sobre o Diário Oficial e a lê-lo todos os dias”, disse ele.
Arrecadação - A campanha Livro Solidário existe desde 2004, quando foi lançada pelo Programa de Articulação pela Cidadania, coordenado pela primeira-dama do Estado, Ana Jatene. Atualmente, sob responsabilidade da IOE, a meta é superar o sucesso alcançado na edição anterior, quando foram arrecadados 55 mil títulos. O objetivo é atender um número maior de comunidades com os espaços de leitura.
“Quanto menor o poder aquisitivo de uma pessoa, mais difícil é o acesso dela ao conhecimento presente nos livros. Então a nossa intenção é democratizar a leitura, para que jovens e crianças carentes possam também fazer uma viagem pela imaginação”, ressaltou Cláudio Rocha, presidente da IOE.
O estande da Imprensa Oficial na Feira do Livro está funcionando como ponto de arrecadação de livros até o final do evento. Posteriormente, as doações poderão ser feitas na sede da IOE, em escolas e outras entidades parceiras da Campanha.

Confira a Galeria de Imagens



Serviço: Campanha Livro Solidário. Doações: estande da Ioepa na Feira do Livro e na sede do órgão, localizado na Travessa do Chaco, 2271. Mais informações: (91) 4009-7841/ 4009-7807 ou http://www.livrosolidario.blogspot.com/

Campanha Livro Solidário já recebeu mais de 400 doações

No segundo dia após o lançamento da Campanha Livro Solidário, o estande da Imprensa Oficial do Estado já recebeu mais de 400 doações de  livros. Segundo a coordenação da campanha, os livros doados vão desde os didáticos, até clássicos e literatura infanto-juvenil. No sábado (3), a participação de um mágico, que é também servidor da IOE, reforçou, através de truques com cartas de baralho, a importância da campanha. Em um passe de mágica, ele fazia surgir, na mão das pessoas, uma carta contendo a logo do Livro Solidário. Dessa forma, os visitantes do estande da Imprensa, além de terem oportunidade de conhecer o acervo exposto, também conheciam mais sobre a campanha, de uma forma inusitada. "O mais interessante é que a campanha tem  sensibilizado as pessoas para o ato de colaborar com aquelas que não dispõem de muitos recursos para ter acesso à leitura e ao conhecimento em suas comunidades. E estamos felizes com o resultado", comemorou o presidente da Imprensa Oficial do Estado, Cláudio Rocha.

Após a XV Feira Pan-Amazônica do Livro, a própria sede da IOE, localizada na Travessa do Chaco será ponto de arrecadação, bem como escolas e universidades que estão se integrando à ação. O objetivo é conseguir cada vez mais parceiros para ajudar na divulgação. Até o final do ano, a coordenação pretende inaugurar o primeiro espaço de leitura dentro da Região Metropolitana de Belém.

Em 2004, quando foi lançada, o Livro Solidário teve a coordenação do Programa de Articulação pela Cidadania, tendo à frente a primeira-dama do Estado, Ana Jatene. Nesta edição, a ideia é replicar o êxito alcançado, atendendo a um número maior de comunidades com a instalação de espaços de leitura.  Para Ana Jatene, a responsabilidade social e a possibilidade de dar acesso ao conhecimento, contando com a parceria da própria comunidade, é um compromisso não apenas do governo, mas de toda a sociedade. Daí a doação de livros ser também um mecanismo que estimula essa participação.



Divida conhecimento. Doe livros.

Participe da Campanha do Livro Solidário. Uma iniciativa do governo do Estado, por meio da Imprensa Oficial.
Informações: (91) 4009 7841/ 4009 7807 - http://www.ioe.pa.gov.br/ ou pelo email: livrosolidarioioe@gmail.com