Livros arrecadados durante a 2ª edição da campanha "Livro Solidário", lançada pelo governo do Estado, por meio da Imprensa Oficial. FOTO: ALESSANDRA SERRÃO/AG. PARÁ |
Por Manuela Viana - Secom
Mais de 1.550 livros doados e a certeza de estar colaborando para a disseminação de conhecimento por meio do prazer da leitura. Para a professora Andrea Cavalcante, responsável pela expressiva doação, essa é uma missão nobre, que deveria ser imitada. O gesto coincide com a campanha Livro Solidário, que a Imprensa Oficial do Estado (IOE) levou este ano para a 15ª Feira Pan-Amazônica do Livro, com o impressionante resultado de dez mil títulos arrecadados.
Por que doar um livro? “Para compartilhar o prazer da leitura com as pessoas e fazer com que o livro funcione como uma ponte entre o saber que ele contém e os leitores. Para dar possibilidades de leitura a outras pessoas que muitas vezes não têm acesso aos livros e contribuir para que essas pessoas possam descobrir novos mundos, viajar para outros espaços e outros tempos e ter outras experiências”, explica a professora.
A ideia de compartilhar os livros surgiu a partir de uma reflexão. “Ter (um livro) por ter não proporciona grandes prazeres, pois o livro parado, depois de lido, deixa de cumprir o seu papel, que é o de ilustrar a vida de uma pessoa”, conclui ela, que começou, inicialmente, presenteando amigos e pessoas próximas que não tinham fácil acesso à leitura. Em seguida, Andrea resolveu empilhar vários livros no corredor da sala de sua casa e presentear as pessoas que a visitavam. O próprio visitante escolhia o título que levaria.
“Ver a satisfação das pessoas ao serem presenteadas era muito gratificante. Além disso, era também uma forma de contribuir para o saber. Resolvi então juntar vários livros e fazer uma grande doação para o Curro Velho”, conta. O prazer em compartilhar conhecimento, contudo, não parou por aí. A segunda doação foi feita para a escola de seu filho. Desde os guardas da escola até os alunos foram contemplados.
Este ano, durante a Feira do Livro, Andrea Cavalcante se deparou com a campanha Livro Solidário e logo quis participar. Lá se foram mais 400 livros. “Descobri que o prazer de ler não termina com a leitura, na verdade, recomeça quando outra pessoa também tem acesso àquela leitura e, assim, o livro cria pontes entre o saber e o homem. Por isso achei o máximo e abracei a campanha”, relata.
Conhecimento – A campanha Livro Solidário começou em 2004, idealizada pela primeira-dama do Estado, Ana Jatene, que acredita que a responsabilidade social e a possibilidade de dar acesso ao conhecimento, com a parceria da própria comunidade, é um compromisso não apenas do governo, mas de toda a sociedade. Na época, a campanha era coordenada pelo Programa de Articulação pela Cidadania.
Agora, na sua segunda edição, a meta é ampliar a campanha, com a criação de “espaços de leitura”, que ficarão em comunidades selecionadas pela equipe que coordena os trabalhos na IOE. A ideia é que, quando estruturados, os locais de leitura sejam entregues para uma comissão de moradores da própria comunidade, que ficará encarregada em administrar os espaços.
“Estamos buscando o apoio de associações de bairros e organizações não-governamentais (ONGs) para montarmos esses locais. Esperamos que até o primeiro semestre do ano que vem já tenhamos alguns espaços funcionando”, diz a diretora do Diário Oficial do Estado, Carmem Palheta, que está à frente da campanha juntamente com a Casa Civil da Governadoria.
O primeiro “espaço de leitura” ficará em Benevides, região metropolitana de Belém, na unidade da Fasepa. A Secretaria de Obra Públicas do Estado (Seop), uma das parceiras da campanha, já criou o projeto arquitetônico do espaço, e a Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Finanças (Sepof) destacou duas servidoras para trabalharem como bibliotecárias na campanha e fazer o processo de seleção de títulos.
A campanha tem recebido o apoio de pessoas físicas e de bibliotecas, como a do distrito de Icoaraci, de onde veio uma doação de cerca de quatro mil livros, títulos que estavam repetidos no espaço. “Já alcançamos essa quantidade de livros sem nenhuma campanha forte de publicidade, mas as pessoas estão bem sensíveis à causa. Ainda estamos sentindo o efeito da feira do livro, onde divulgamos intensamente, inclusive em escolas, na mesma época”, avalia Carmem Palheta.
Toda doação é aceita. Livros didáticos, de literatura brasileira e mundial podem ir para a campanha. As doações podem ser feitas na sede da IOE, na travessa do Chaco, bairro do Marco. Para mais informações, é só acessar o site www.ioe.pa.gov.br ou telefonar para (91) 4009-7800. A campanha não tem data para acabar.
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